Bíblia, leitura subjetiva e leitura objetiva
Quando lemos a Bíblia de
forma subjetiva não captamos
detalhes cruciais. A leitura subjetiva é
feita de forma digamos, "apaixonada" e muito particular, visando “alimentar a fé ou crença”. É também chamada
de leitura estimuladora (para dar inspiração ou motivar). A maioria
dos crentes praticam essa modalidade de leitura. Lamentavelmente, é uma leitura
carregada de misticismo e ingenuidade. O leitor só vê o que quer ou o que "alguém" queira que ele veja. Tal leitura não
permitirá que o crente perceba detalhes preponderantes nas Escrituras.
Outro
detalhe quanto a leitura subjetiva é que muitos praticantes da mesma tiram certas conclusões por meio das chamadas "revelações". E lamentavelmente, por conta dessas tais "revelações", surgiram e surgem interpretações absurdas!
A leitura objetiva
é feita com mais precisão e lógica; o intuito é examinar o texto cuidadosamente. Nesse
tipo de leitura os detalhes são importantes, o raciocínio lógico é usado para entender os
assuntos; há interesse em saber o que está realmente acontecendo naquele
momento (pano de fundo), o leitor procura levantar informações, faz perguntas,
ver o que há nas entrelinhas, grifa partes do texto que julga digno de mais
estudos, faz anotações...
Não é necessário fazer um curso teológico para
ver que a Bíblia é um conjunto de livros que inspiram cuidadosas análises. Ela foi escrita a milhares de anos atrás, as línguas que usaram para
escrevê-la pertence a uma cultura totalmente diferente da nossa (português). A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego. O que temos
hoje chamado de “Bíblia Sagrada” é o resultado de muitas cópias de cópias dos originais. Depois com base em decisões de concílios de bispos católicos foi votado quais livros deveriam compor o que chamaram de Cânon bíblico e
quais deveriam ser deixado fora. E claro, devo dizer que houveram muitos interesses pessoais e políticos nisso tudo. E por fim, vieram também as traduções da Bíblia para outras línguas. Esse trabalho se deu levando-se em consideração a interpretação de linguistas que o fizeram conforme seus pontos de vistas e
segundo acharam que melhor se ajustava para a compreensão do povo cujo idioma a Bíblia era traduzido. Portanto, o que temos hoje da Bíblia não
corresponde cem por cento ao que foi escrito no original. Logo, deve ser lido com espírito
critico e inquisitivo. Visto que estamos lidando com livros cujo a língua
desconhecemos e cujas traduções foram continuamente alteradas. Por conseguinte, é possível muitos pregadores bíblicos estarem pregando e ensinando como ‘verdadeiros’ determinados
temas baseados em traduções que em suas concepções fundamentais são enganosas. Não podemos descartar tais possibilidades. Basta averiguar os textos de forma desapaixonada e perguntar: * O que o autor realmente quis dizer originalmente? * O autor disse isso mesmo?
Há
muito mais que devemos entender na Bíblia e a grande maioria nem imaginam! Se soubessem, reveriam seus conceitos e crenças. Para tanto, devemos deixar de ler
este livro ou conjunto de livros superficialmente. Devemos estudá-los sempre
procurando ver o todo ao invés de ficar atrelado a versículos e textos "prediletos".
O
estudante sério entende imediatamente que “examinar as Escrituras” é uma tarefa que
requer aplicação. Caso contrário, ficará a mercê da interpretação, ensino e
doutrinamento de terceiros. Se assim o for, estará agindo com grande irresponsabilidade consigo mesmo ( e pior, quando sai a "fazer discípulos")! Deixar que outros determine com suas interpretações a formação do meu conceito
e concepções sobre DEUS, bem como o estilo de vida que devo ter é algo muito sério! Pois assim, estou fugindo e me anulando de uma tarefa que me é pertinente.
Quero
te garantir que ao iniciares sua jornada de busca da verdade ficarás
maravilhado (a)! Porque tu mesmo começarás a encontrar as respostas, farás as
avaliações e julgarás com base na tua inteligência; separando o verdadeiro do enganoso. Pois é para isto também que devemos usar nossa inteligência: para analisar,
esquadrinhar, e julgar o que lemos e ouvimos, para não sermos "gado" que segue a manada. Devemos ser gente boa, INGÊNUOS, NÃO! Basta de sermos pessoas inocentes que são manipuladas pelos que se acham os “donos da verdade”! Vá em busca! Estude! "Quem pesquisa acha"!
Cabe
uma pergunta aqui no final para você meditar:
Como o ser humano pode permitir que alguém apresente a Bíblia ou qualquer outro livro dito "sagrado" como verdadeiro sem
averiguar cuidadosamente por si mesmo?
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